Dizem
os sábios, os que já viveram muito, que a vida nos ensina a viver e que é
errando que se aprende. Até concordo, mas só em parte. Se fôssemos menos
orgulhosos e mais humildes, aprenderíamos com os erros dos outros e perderíamos
menos tempo. Não seria interessante, ao invés de irmos quebrando a cara para
aprendermos as lições e só então acertarmos da vez seguinte, que bem
reparássemos no nosso entorno, no que de certo e errado fazem os nossos amigos,
familiares, conhecidos, as pessoas de modo geral?...Economizaríamos com
certeza, muito do nosso precioso tempo fazendo as correções. Mas não tem jeito.
Cada um quer aprender a seu modo. E quanto mais jovem é o ser humano e mais
capacidade tem de aprender, mais neurônios prontos para a sinapse, mais quer
aprender com os próprios erros. Alguns chegam até a falar o antigo e popular
refrão: se conselho fosse bom ninguém
dava, vendia. Então, só resta aos mais velhos, assistir da sacada ao
desenrolar dos fatos e das vidas de cada um.
Eu,
de minha parte, ouvi alguns conselhos, outros não. Em alguns casos, minha intuição me levou ao rumo certo. Em
outros, fui cabeça dura e me quebrei toda
e em outras ocasiões, boa observadora que sou, fui prudente e me poupei
de muitas derrapadas. E por me poupar deixei de viver?! Não, absolutamente!
Aprendi muito e ainda aprendo, reparando à minha volta, percebendo os erros de
terceiros e procurando não incorrer
nos mesmos. Saí ilesa de
situações que se não tivesse tido bom senso teria sido exterminada. O tal do
chamado bom senso é uma proteção a mais que cada um deve ter além do seu
anjo-da-guarda. O bom senso nos protege, segura a nossa língua, abre os nossos
ouvidos, e apazigua o nosso coração. É ele, o bom senso, que nos faz olhar ao
nosso redor e aprender com os erros dos outros, nos poupando assim, de cometer
enganos perfeitamente evitáveis.
(Fátima Azevêdo)