segunda-feira, 22 de julho de 2013

DE MÃOS DADAS

                                                          (Flores colhidas por mim)
                                     
                                                                                   
                     Eu escrevo para não enlouquecer, para me salvar de alguma coisa que eu nem mesmo sei.
               Às vezes fico pensando se vale à pena ter inteligência, discernimento, visão das coisas e do mundo, se realmente a gente às vezes é tão impotente para mudar algumas coisas.
                    Às vezes fico pensando como sou prepotente e arrogante ao pensar que tenho algum poder de mudar o curso da vida, o curso de algumas estradas... Vida, morte, felicidade, tristeza, sorte, amor, desamor.
                    Pensando bem, a vida e a morte andam tão de mãos dadas que é quase impossível não pensar em uma quando se fala na outra. E fazemos de conta que só vemos a vida. Tratamos a morte como se ela não existisse. Na verdade ela é um complemento da vida e vice-versa. Não há morte sem vida, não há vida sem morte. A vida é misteriosa, inexplicável, desconcertante, apavorante, estonteante, eletrizante. Cada um faz da sua um livro mais ou menos apaixonante, mais ou menos frio, mais ou menos quente, mais ou menos tempestuoso, mais ou menos calmo.
                     Quando tento entender a minha, esbarro em perguntas, muitas delas sem resposta. Mas não desisto. Minha vida muitas vezes é uma menina cheia de graça e sonhadora, outras é uma velhota rabugenta e incrédula. Nessa minha vida, às vezes chove, outras faz sol. Tudo e nada acontecem a um só  tempo.
                      Quando falo e penso vida, também falo e penso morte. Se a vida é um mistério, o que dizer da morte? Essa figura desconhecida que geralmente chega sorrateira, sem avisar, fazendo surpresa a amigos, familiares e ao próprio anfitrião.
Eu vejo a morte assim, como uma visita não desejada que mais dia menos dia chegará para todos nós. É um fato consumado, não é invenção minha. É real, mas como não a vemos com naturalidade, conversar sobre o assunto é sempre tabu e às vezes assunto de mau gosto para uns. Não ligo, falo sobre a morte assim como sobre a vida. As duas tem a ver com movimento e transformação. Leio muito sobre tanatologia, sobre os aspectos fisiológicos e psicológicos da morte, sobre situações de quase morte. Já li “O Livro Tibetano dos Mortos” que é bem interessante e eu indico aos curiosos no assunto. Enfim, leio sobre o que não entendo e ainda me apavora, para que o medo se torne mais suave até desaparecer por completo, como os pigmentos na água corrente, dando lugar a paz que vem da aceitação do inevitável e da consciência infinita que nós não passamos de grão de areia nesse imenso universo.


segunda-feira, 15 de julho de 2013

ALMOÇO DE LUZ

                              Estrelas 3D em kirigami (Fátima Azevêdo)

Ontem eu almocei estrelas.Preferi me alimentar do seu brilho a engolir palavras. Palavras amargas, sem nenhuma doçura ou candura. Minhas estrelas eu recheio com temperos especiais. Uma pitada de sonho, mais duas de poesia, mais uma de fantasia, um pouco de luz da lua e alguns raios de sol. São estrelas reluzentes cheias de muita magia. São luz clareando o dia e são eternas vigias, impedindo qualquer sombra que queira se aventurar a atrapalhar meu dia. Benditas estrelas, de papel, cola e gliter, que vocês me venham aos montes e tragam bastante alegria.