sábado, 10 de janeiro de 2009

UM POUCO DA ROSA

Não sei como são vocês, mas eu, de vêz em quando não gosto de ser eu mesma, ou melhor, queria mesmo é ser outra pessoa, bem diferente da que sou: a boazinha, a compreensiva, a fiel, a leal. Às vezes queria ser como a Rosa da música do Chico. Na verdade, a mulher de verdade dos dias de hoje está mais prá Rosa do Chico do que prá Amélia do Ataulfo. Como eu já disse, eu queria ser um pouco como a Rosa. Fazer as coisas bem quietinha, na surdina. Ser um pouco bandida e vadia como a Rosa. Queria também poder sair e não voltar ou só voltar quando quizesse e não ter sempre que voltar. Garantir ser sempre dele, mas de vez em quando, trocar seu nome. Deixá-lo um pouco inseguro. De propósito, assim como quem não quer nada, querendo. Queria às vezes e só às vezes, para não me acostumar, que fique bem claro, ser um pouco má. De vez em quando nós mulheres precisamos ser um pouco más. Não tão más a ponto de matar, mas más o suficiente para fazer doer um pouquinho o coração de alguns seres que só (sentem) reclamam de dor quando têm um espinho cravado na garganta. Aí então eu queria ser um.

(em 11.06.2006)

Um comentário:

Maluflor disse...

Foi uma satisfação entrar em tua pagina.O que escrevestes acima até pareceu-me que era eu que escrevera,muita identificação. Gostei muito
Um abraço
Maria Luisa