sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

QUANDO CHEGA DEZEMBRO...

caixa oval em découpage feita pela minha mãe em 2006 Quando chega dezembro chegam muitos pensamentos à minha mente e uma caravana de emoções ao meu coração. É como se um filme em rápida velocidade começasse a passar na minha frente. Mil perguntas começo a me fazer e percebo que poucas pessoas tem a real consciência do significado do Natal. Percebo que pessoas que não praticam a caridade durante o ano inteiro viram anjos-da-guarda dos pobres e infelizes. Isso enquanto tocam os sinos do Natal. Mas passada a meia-noite quando a varinha de condão da bondade se quebra, essas pessoas voltam à sua normalidade e retornam à sua rabugisse e mesquinhez humana(ou desumana?).

Quando chega dezembro lembro de meus Natais de criança feliz que sempre ao acordar tinha um presente do lado da cama a me esperar. Lembro também que não tínhamos tanta fartura, mas tínhamos harmonia de sobra e as pessoas pareciam mais felizes e menos preocupadas com o sucesso financeiro, ou com a roupa de grife, ou com a última invenção tecnológica do mercado digital.

Quando me chega dezembro, lembro dos idosos de minha família rodeados dos mais jovens que lhes ouviam as histórias e as canções de então. Lembro de toda a família reunida e de muitas histórias engraçadas...

Agora quando me chega o Natal, a alegria não é tanta... Tem a saudade dos que já se foram... Tem a preocupação com os que não tem um pão seco na mesa para comer enquanto nas instituições públicas tanto dinheiro é gasto com comemorações cheias de comilança e pouquíssima consciência fraterna.

Quando chega dezembro, já fico pensando em que desculpa terei que dar para não ir a essas comemorações cheias de discursos e tantos comes-e-bebes que não levam a nada. Esse ano não fui a uma desse modelo. Fiquei feliz comigo mesma.

Tantas palavras bonitas nas festividades do Natal e no dia seguinte não se perdoa uma pequena falha de um irmão, de um companheiro, de um motorista pouco educado no trânsito. Será que estamos todos ficando loucos?.... Estamos todos ficando mais falsos?....Mais ridículos...a cada ano que passa?

Não aguento mais festividades de Natal aonde a fraternidade não esteja presente. Aonde apenas pessoas muito queridas não estejam. Basta de tanta futilidade usando o nome de Jesus para exercer a vaidade. Chega! Tô fora.

Prá mim quanto mais em casa e repensando o que fiz ou deixei de fazer, melhor o Natal.

Mas, como faço parte de uma família que tem gente idosa e que ainda curte muito o espírito do Natal, me rendo e participo da ceia, mas não nego, meu pensamento viaja o tempo inteiro. Não me culpo porisso. É uma forma inteligente de sobreviver às festividades natalinas.

Mas eu gosto muito de Natal. Das luzes, das ávores de Natal, dos enfeites e da minha casa que passa pelo menos uns dias bem arrumadinha.

Um comentário:

Unknown disse...

O Natal tem tudo isso: amor verdadeiro, falsidades, faz-de-conta, alegrias, consumo exagerado, comilança etc.. O ideal é aprendermos a exercita-ló da melhor maneira possível, com sinceridade...
Celina C Pinheiro