sexta-feira, 26 de outubro de 2007

COMO OS NOSSOS PAIS



A gente sabe que os filhos sempre crescem. E crescem rápido. Ora voltam ao nosso colo, ora resmungam e querem voar. É sempre assim. Eu sempre quis ter uma família bem grande. Pelo menos uns 5 filhos. Mas não é que mesmo eu querendo tanto, o homem lá de cima me deu um único tesouro. Minha filha Nina. E por saber que criar filho único não é igual a criar vários, é que eu tentei de todas as maneiras criar essa minha filha bem independente, mas acho que exagerei. Ela só tem 16 anos, mas pensa que tem 30. Será que é assim mesmo??? Sou motorista de todas as horas, ajudante de trabalhos de equipe (faço os desenhos e ajudo nas colagens criativas, eu curto fazer isso), despertador incansável e a pior das cozinheiras, isso eu reconheço.


Às vezes me sai com cada uma que eu me pergunto, onde será que ela aprendeu isso??? Já estou me preparando para quando ela quiser morar só. É isso aí. Porque só o que eu ouço é a ladainha que quando tiver 18 anos vai ser dona da própria vida. Já que eu não libero saída à noite para baladas só com grupinho de amigas. Eu vou junto e lá estou eu madrugada à fora com essa minha filha e suas amigas a quase perder a audição com o som das bandas em ação. Claro que eu fico só de longe, nem chego perto. Não suporto música alta, não é de agora. Mas estou lá. Se isso não for amor...Pode ter até pai e mãe que ache essa minha atitude louca, fora de época, mas eu acho que não. Às vezes a garotada nem sabe muito bem o que fazer com tanta liberdade.


Cada ser humano é dono da própria vida.A gente sabe disso,mas na hora que as palavras de Gibran "os filhos não são nossos filhos, são os filhos do mundo" vêm a mim, aí é que eu vejo que essa minha preocupação é pura bobagem, pois quem sou eu? sou apenas uma mãe, boba como todas as mães, pensando que pode proteger seu rebento, evitar que alguma coisa aconteça a seus filhos, fazer com que não tropecem em pedras ou caiam em buracos. Não adianta se preocupar. Preocupação não leva a nada. Só leva a muito estresse, e nenhum ganho. Mas, eu não tenho jeito, continuo me preocupando. Com quem ela estará, se tudo está calmo naquele local, e fico navegando na Internet até a hora de ir buscá-la nas festinhas.


Ainda acho que o crescimento humano é muito rápido. Se eu tivesse algum poder, faria com que cada ano se multiplicasse por 7, portanto minha filha ainda teria 2 anos e eu ainda poderia rever uma série de posturas e fazer algumas coisas bem diferentes do que eu fiz. Como isso não é possível, me resta apenas pedir à Deus proteção e muita LUZ para a minha filha e para todos os adolescentes que vivem na sociedade atual pobre de valores humanos e tão consumista e vazia.


(junho 2005)

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